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terça-feira, 21 de junho de 2016

- COMPOSTELA - Dos Pirineus ao Fim da Terra (de bike)

Você poderá também ver os seguintes eventos:

*** QUATRO REGIÕES BRASILEIRAS;UM ACIDENTE DE MOTO...
  • As Dádivas do rio Nilo - Egito
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- COMPOSTELA - Dos Pirineus ao Fim da Terra (de bike)

" O mal de quem apaga as estrelas é não lembrar de que não é com candeias que se ilumina a vida"   (Miguel Torga)

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(fotos e textos: Nilceu - quando não especificados -) 


Nota
    Não há como descrever esta viagem sem dar certa ênfase às coisas do catolicismo, grande responsável pela formação do "mundo" aqui exposto.

    Nem todos que agora leem, são adeptos desta doutrina porém, certamente TODOS não deixarão de admirar as maravilhas em obras de que um ser humano é capaz, sempre considerando a disponibilidade dos recursos em cada época como o foi também com outros antigos povos de outras crenças.

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    Cerca de seis meses antes da data da viagem, estava eu comprando uma passagem para Pamplona, na Espanha. Penso que é uma maneira de a gente estar preso de maneira inadiável para aqueles projetos que vivíamos adiando.

    Realmente, o “Caminho de Santiago” era para mim mais um daqueles interesses de mais de 40 anos em que eu vivia pensando em concretizar e que sempre estava sendo protelado... Desta forma, no impulso (aprendi isso tardiamente com a idade, infelizmente), me vi envolvido com algo sem volta. Só assim...

Uma breve história da Via:
    Um ermitão viu certa vez, na Península Ibérica, uma chuva de estrelas (penso em meteoritos) num longínquo campo sendo o local conhecido a partir daí de “Campo da Estrela” – COMPOSTELA. Sabendo deste fato, um bispo da região mandou escavar o local onde se encontrou uma urna de mármore com restos mortais que se concluiu serem do apóstolo de Jesus Cristo, Tiago filho de Zebedeu ou Santiago Maior.  Este achado ocorreu a mais de 800 anos d.C.

    Espalhando-se a notícia, desde esta época, o “Campo da Estrela” passou a ser um lugar, a mais de 1.200 anos, de peregrinação cristã que, de maneira quase que interrupta, se mantém até hoje. E é neste local que hoje existe a impressionante Catedral que, começando com uma pequena igreja para abrigar os restos do apóstolo, foi sendo ampliada e incrementada tornando-se a magnanimidade que é hoje.

    Ao longo destas rotas peregrinas, foram se desenvolvendo núcleos de atendimento aos caminhantes pois, devido às condições dura da via (topografia, clima, bandidos de estrada, doenças que surgiam...) fazia-se necessário pontos de apoio aos “penitentes” então, a partir destes núcleos, desenvolveram-se cidades que hoje, entre muitas, algumas são monumentais e Patrimônio da Humanidade com fantásticas edificações (Igrejas, Castelos, Fortalezas, Muralhas...) e que são muito bem cuidadas e frequentemente restauradas.

   Ainda falando-se de atendimento aos caminhantes, sempre, até hoje, se mantém por tradição ao longo do Caminho um grande número de albergues de acolhida administrados muitas vezes por voluntários onde nada se paga por um banho e uma cama... dá-se, é claro, um livre donativo para as despesas da pousada.

     


      A dura altimetria do Caminho de Santiago, de St. Jean Pied de Port na França, à Finisterre na Espanha.


     É praticamente impossível, para quem vai à pé, se perder no "Caminho". É farta as indicações com as famosas e rústicas "setas amarelas" em muros, paredes postes, troncos de árvores...  Nas cidades, há indicações de conchas cravadas no chão (de bronze).  

   



 Num País que eu conheço, estes bronzes já há muito tempo teriam virado "fumaça"...

Já para quem trafega por rodovias, é preciso ter um certo cuidado em manter-se na "ruta" desejada devido às várias "rotondas" (rotatórias) onde se têm acessos à várias direções.





A Bicicleta
    Uma bicicleta está dentro dos limites de dimensões e peso (desmontadas as rodas e devidamente empacotada) a que um passageiro tem direito de levar como bagagem num avião porém, empresas aéreas internacionais consideram (esperta e incompreensivelmente) este item como “equipamento esportivo” então, cobram US$ 85.00 ou mais ou menos,  para tal transporte (e eu passaria por três empresas aéreas)... Lembremos que existem Bikes que pesam cerca de apenas OITO  quilos embaladas....... MAS, vivemos no Brasil! E a nossa ANAC não permite tal cobrança nem na ida e nem na volta em voos saídos do Brasil, “them”, eu nada paguei pelo transporte da companheira! Viva o Brasil!!!

    Havia a preocupação de eu, com 67 aninhos e onze meses de idade, não dar conta da empreitada mas pensei: “Se tiver que desistir, ponho a (des)culpa na minha idade".

    Usei na bicicleta um garfo dianteiro de alumínio, sem suspensão (muito mais leve), rodas com aros 26'' e pneus de 1¹/²'' de largura. Certamente, neste caso, foi uma boa escolha. 

   Existem mais de um Caninho peregrino à Santiago de Compostela e que saem de diversos pontos da Europa que acabam convergindo na cidade de Astorga e dai segue único até Compostela sendo o mais tradicional o “Caminho Francês” e que por maior tradição, começa em Saint Jean Pied de Port, na França aos pés da cadeia de montanhas dos Pirineus que divide este país com a Espanha. Foi a minha opção.  Porém, também é válido começar-se a rota de cidades mais próximas à cidade do Santo.

    O “Camino” tradicionalmente é uma milenar  via que singra vales, planícies, planaltos e montanhas, atravessa rios e córregos... em quase sempre estreitas passagens onde geralmente cabem duas ou três pessoas lado a lado, às vezes, nem isso e, quase sempre toscamente paralelo à estradas vicinais e, muitas vezes, fundindo-se à estas.

 Conclui-se então que as atuais estradas seguiram basicamente o "Caminho" quando do seu moderno traçado, até porque, como já foi dito, estas estradas ligam cidades que se originaram de pontos de apoio para as peregrinações.

 Preocupado com os desgastes das interfaces dos meus fêmures com os quadris que eventualmente me causam grandes desconfortos, optei, de maneira igualmente contente e gratificante, em fazer o Caminho de bike... ------------ Dirão os leitores: “-Ah! Assim é fácil!” Respondo: “-Não se ao invés de 20 km por dia à pé, se faz mais de 100 de bicicleta...” (não necessária e habitualmente, mas foi o meu caso).

    Eu, particularmente, não vejo muito sentido em fazer de bicicleta tal percurso dividindo lama, pedras, degraus, buracos... com os caminhantes. Nessa situação é mais fácil fazer o trajeto à pé pois, além de carregar os alforjes, muitas vezes têm-se que carregar a bicicleta às costas além de atrapalhar enormemente os andarilhos.

    Minha intenção era de ir da França, nos Pirineus, até Santiago de Compostela, na Espanha por caminhos que fossem mais favoráveis ao meu veículo e isso, incluía antigas estradas vicinais sempre bem asfaltadas e desertas além de, invariavelmente, passarem por dentro ou ao lado de todas as cidades e povoados que surgiram, durante séculos, em função do Caminho.  

  Às vezes, para integração com desconhecidos companheiros de jornada, eu compartilhava com as pessoas à pé o tradicional “Camino” quando as condições deste, o caminho, permitiam; mas nunca pelas velozes  autopistas; inclusive proibidas terminantemente para bicicletas (o que, perdido, desobedeci certa vez). 

O “espiritual” do Caminho.
    Desde o início, ainda nas preparações, nunca tive a pretensão de  “me encontrar”, “me transformar”, em “sentir coisas” em “buscar”...  Isto antes e durante  a jornada. Minha intenção era a história, as construções antigas, as paisagens, os monumentos, os contatos com pessoas da região e do mundo... Sem entretanto, faltar com o respeito pelo “espiritual” que tal magnífica senda sugere... Mesmo assim, fui à discretas lágrimas em certos momentos e ocasiões...

A Viagem.
    Fui sozinho.

  Existem “sites” de busca de melhores preços para passagens aéreas e, maior a antecedência, maiores as chances de se encontrar melhores preço.

    Paguei cerca de US$ 500.00 pelo transporte saindo de Curitiba e indo à São Paulo (Rio),  USA, Madri e Pamplona,  IDA E VOLTA.

  Claro que teve todos os perrengues inerentes a: 

 11 (onze) aeroportos: 

   (Ida - Curitiba; 
- São Paulo; 
- Miami;
- Madri;
- Pamplona.

 Volta - Pamplona;
- Madri;
- Nova Iorque;
- Rio de Janeiro; 
- São Paulo;
- Curitiba).

- 09 (nove) voos;
 
- 02 (duas) viagens de ônibus;

- 01 (uma) viagem de trem;

- 01 (uma) viagem de bicicleta de 1059 Km...     nesta viagenzinha de ida e volta e deslocamentos dentro da Europa! Mas... mochileiro é mochileiro! ----- Fui via Miami e voltei via N.Y.
("Leve" acometimento de insanidade mental...)

    A bicicleta (mais um perrengue, uma “mala sem alça”) foi junto...

   Depois de quase três dias de viagem, cheguei em Pamplona (Iruña na língua Basca). A bike só chegou horas depois em outro voo (apreensão).

    Há opções vantajosas de hospedagem na Europa. São os "Hostels".
   
    Fiquei na ida e na volta na "Casa Ibarrola" em Pamplona, 15 euros a diária com café da manhã. Muito bom custo/benefício!





    - No mesmo dia fui à estação rodoviária e comprei a passagem de ônibus para St. Jean Pied de Port, na França, aos pés dos Pirineus de onde eu iniciaria a viagem. 

    - Ainda nesse dia a bicicleta chegou, fiz a montagem da mesma. 

  - Fiz um pacote de tudo que não precisaria na pedalada (saco da bicicleta, calçado, roupas...) e fui ao Correio de Pamplona e despachei para santiago de Compostela... Otimismo!

    - Dormi, em Pamplona, cheio de apreensões no simpático Hostel que eu já havia reservado aqui do Brasil.


  Chegando em St. Jean, 


na “oficina (escritório) de peregrinos” apus o primeiro carimbo na minha “Credencial de Peregrino”. 

    Ao longo do Caminho, esta credencial vai sendo carimbada, a nosso pedido e a bel prazer, várias vezes por dia nos mais variados estabelecimentos: Bares, restaurantes, igrejas, albergues... sem rigidez. Isto comprova o percurso, lhe da o direito a se hospedar em albergues, descontos em entradas de museus, e, o mais importante, “A Compostela”. Um certificado de que você fez pelo menos os últimos 100 km à pé ou 200 Km de bicicleta até chegar em Compostela.

Iniciando o “Camino”

    No dia 07 de maio de 2016, com 17 graus de temperatura,  saí da pousada na França


em direção aos temíveis Pirineus... Aí verteram as primeiras lágrimas. A estrada sinuosa em aclive com muito verde, o estar numa montanha tão famosa, o silêncio quebrado pelos ruidosos pássaros, o rumor de córregos e rios ao meu lado, a aprazível solidão, o distante sonho sendo agora  realizado...
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    Logo saí da França e entrei no “Reino de Navarra”, na Espanha. 


A tão temível montanha logo se tornou minha companheira pois, encontrei uma cadência e, apesar do esforço de mais de 20 km de forte aclive, me senti muito bem (adrenalina, o melhor e único saudável "dopping").

    A minha intenção era fazer a empreitada em todo o Caminho “na raça” para sentir realmente o percurso então, com isso na cabeça, me privei de qualquer tipo de energético elaborado, fones de ouvido para ouvir música, caronas... etc. Em contrapartida, exagerei algumas vezes no delicioso tempero da comida espanhola e... no vinho; sem nunca ter ficado realmente “borracho”...  apenas "meio assim..." sabe, né?


    Também não usei um tal de GPS. ------ Perguntar para mim, fazia parte da integração para com as pessoas. Eu as agradecia pelas informações (as vezes complexas e incompreensíveis)  dando-lhes uma bandeirinha do Brasil, dessas que a gente encontra em lojas de armarinhos. Ficavam, invariavelmente, muito felizes.

    Atingida a parte mais alta da subida, o termômetro (bem aferido) do ciclo computador marcava 9 graus de temperatura

 e depois de uma breve descida, cheguei a Roncesvalles onde eu sempre quis pernoitar apesar de ter feito poucos quilômetros hoje. Trata-se de um secular monastério com mais de 300 camas para albergar peregrinos. Também, eu queria assistir à missa dos peregrinos que é levada às 18:00 hrs diariamente na Igreja do Monastério, no antigo estilo medieval e com cantos gregorianos. Valeu a pena.



Hoje foram rodados 29 km.
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    No dia seguinte, 8 de maio de 2016, às 6:00 hrs, a “alvorada” nos alojamentos do albergue foi tocada com música ao vivo! ----------- Um dos voluntários “hospitaleiros” percorria os corredores dos beliches tocando violão e cantando uma conhecida canção americana com letra adaptada para levantar os ânimos de desalentados caminhantes pensativos no que os esperava para este dia.

     Às 6:40 hrs eu já estava na estrada ainda sem o conforto de um café da manhã.


   Temperatura de 7 graus e vento muito forte contra, tendo-se que fazer força nos pedais mesmo descendo os Pirineus.

    Entre outras cidades, passei novamente por Pamplona, revi meus amigos donos do Hostel “Casa Ibarrola”, Inácio e Cesar,  carimbei ali minha Credencial e segui até Estella, usando depois de Pamplona, a ruta A120.


Pamplona no "Camino"

    Saindo da grande cidade de Pamplona neste domingo, ainda no centro da mesma, ao perguntar para um ciclista se exercitando e bem uniformizado sobre uma bela bike speed, sobre o itinerário para "Puente la Reina", este me acompanhou, com muita conversa, até a saída da cidade. Muito legal isso. ----------- Efusivos agradecimentos, troca de endereços eletrônicos, a infalível bandeirinha do Brasil como "regalo" e forças duplicadas pela fé que a humanidade merece por conta de atos como esses! Emocionante para um "manteiga derretida" como eu.
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Impressionam seculares igrejas enormes em povoados tão pequenos. Vê-se isso com frequência na Rota. 

Prevalece o estilo românico, que precedeu o gótico e o barroco na Europa.


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Mistérios em algumas construções onde, apesar de muitos estudos, se desconhece as suas reais origens




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     Uma banana na bagagem... 


     Comprei uma banana e a vendedora pôs uma banana na balança para fazer o preço de uma banana... (normal por aqui).



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     Visitei a cidade de "Puente la Reina" com sua maravilhosa ponte construída a mando de uma rainha nos séc. XI ou XII com seis arcos, para facilitar a passagem de peregrinos à Compostela.

  


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    Ainda deu tempo de visitar a cidade de Estella antes de findar a jornada diária, o que foi uma rotina durante a viagem


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- ESTELLA -

Ponte de la Cárcel




    FUI ALERTADO PELOS COLEGAS QUE ME ACOMPANHAVAM PELAS REDES SOCIAIS, DE QUE EU ESTAVA INDO MUITO RÁPIDO E QUE NÃO ESTAVA “CURTINDO” O “CAMINO”... 
Pra quem me conhece e pelo testemunho das mais de 700 fotos que eu trouxe, vê-se que não foi isso que aconteceu. Pouca gente “vive” uma viagem dessas mais do que eu "vivi", creio.


Bagunça aparente, Confusão, Torre de Babel, Acotovelamentos, Anarquia, Homens e Mulheres juntos, Respeito mútuo, Solidariedade... isto é um Albergue típico de peregrinos... Muito divertido!!!

É absolutamente indispensável que você leve seu "sleep bag" (saco de dormir) pois dificilmente é fornecida roupas de cama nestes albergues.

Paga-se, quando é cobrado, entre 5 e 7 euros. Há sempre uma cozinha completa para uso dos hóspedes e cada um lava e limpa o que usou. Há também máquinas de lavar e secar roupas onde se deposita moedas para seu uso

    Rodados hoje 107 km.

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    Saída de Estella em 9 de maio de 2016 com 12 graus de temperatura com a aparição pálida do Sol. Novamente hoje, vento contra! Terrível para um ciclista!
Cidades interessantíssimas no percurso: Irache, Los Arcos, Sansol, Viana... e Nájera, onde pernoitei. Agora pela ruta A1110-----

 Aqui as fontes estão na rua!

Sirva-se de vinho (ou água) à vontade!



Los Arcos - Igreja de Sta Maria de los Arcos



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Viana - Catedral



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 No piso, frente a lateral da Catedral, esta sepultado Cesar Bórgia, morto em batalha por aqui. Irmão de Lucrécia Bórgia e filhos do Papa Alexandre VI.

     Estava sepultado dentro da Igreja porém, tempos depois, foi colocado para fora por ser considerado de uma família maldita.


 Viana - Ruínas 


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Nájera - Igreja de Sta. Maria Real de Nájera

Nájera tem origens muçulmanas 

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Escavações antigas para defesa da cidade



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    Sai de Nájera em 10 de maio de 2016 com 7 graus de temperatura (some-se a isso, a sensação térmica em cima de uma bicicleta às vezes a mais de 50 km/hora em descidas de montanhas)  e, VENTO CONTRA! 
    As plantas dos enormes e verdes cultivos me reverenciavam inclinando-se para mim!!! Mais tarde, ao ver o geradores eólicos direcionados todos para o Oeste, que era para onde eu estava indo, RESIGNEI-ME! 



     Seria sempre assim, tendo este ar em movimento a pentear os meus cabelos... PORÉM, não deixou de passar pela minha cabeça:  “- Bem que poderiam ter sepultado o Santo no Leste da Espanha...”

     Durante o dia a temperatura variou entre 12 e 17 graus.
    Acostumado com as estradas deserta, hoje foi o dia de muitos caminhões no itinerário por conta de alguma situação e localização estratégicas neste percurso. Ruta A-120.



    Coisa difícil de se ver, são postos de combustíveis nas estradas (e também nas cidades). Há que ser precavido para quem trafega por elas com veículos à motor; preocupação esta que eu não tinha, claro.

    Também, nas grandes cidades, poucas farmácias são vistas... em Curitiba temos apenas numa praça, 07 (SETE) boticas... 

  Postos de combustíveis e farmácias proliferam no Brasil, para "conforto" ($$$$$$) de seus cidadãos.



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    A interessante cidade de San Domingo de la Calzada estava nesse percurso e terminei o dia de bicicleta na grande Burgos com sua fantástica Catedral







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Torre isolada da Igreja de Sto. Domingo de la Calzada




Tumba de Sto. Domingo

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Há um relato de que provando-se postumamente a inocência de um jovem enforcado nesta cidade, uma galinha assada e que estava sendo servida numa refeição de uma autoridade local, tomou vida.

Até hoje a igreja mantém no seu interior um galinheiro com um casal. ---- Sinal de boa sorte para quem ouvir o galo cantar.


 Catedral de Sto. Domingo de la Calzada


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BURGOS - ESPANHA






Tumba de Rodrigo Diaz de Vivar, o "El Cid", na nave principal da Catedral de Burgos


"El Cid",  Rodrigo Diaz de Vivar, viveu até seus 56 anos de idade.  

Guerreiro castelhano dos anos 1.000 (séc. XI). 


Nesta época a "Hispânia" estava dividida entre as rivalidades de

 reinos irmãos e entre cristãos e muçulmanos.
 



                                                                                   (foto:Dercy Alves - Bélgica)

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Castelo e Muralhas de Burgos





Jardins de Burgos




     Hoje rodados 96,5 km.


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    Saída de Burgos em 11 de maio de 2016, sempre “tempranito”, com 8 graus de temperatura. O pessoal das regiões por aqui não entendiam o porque de tanto frio numa época que comumente já se estaria usando roupas de verão. E isso foi durante todo o percurso... De Leste à Oeste da Península Ibérica.

    Dia de subidas leves e intermináveis. 




Ao longe... 

Não fiz contato com o gelo na sua forma tradicional, porém... 



   Sobe-se penosamente a 6 km/hora e começa-se suar para depois, descer a 60 e gelar... então, começa-se tudo novamente.  O “amigo” vento sempre contra e gelado. Durante toda a manhã a temperatura se manteve na faixa dos 10 graus. 

    Tive, por conta do frio constante, rachaduras nos lábios, e os pequenos cortes nas mãos oriundos da desmontagem da bike no Brasil e montagem na Espanha, doíam muito e não cicatrizavam, a pele exposta  das pernas toda ressecada e escamada... Mas, com eu já havia dito, não usei de subterfúgios para amenizar “lo Camino”. Ademas, macho que é macho, NÃO USA "cremezinhos" na pele... afffff!

    Sasamón e seu Castelo, Villasandino e sua ponte... Impossível absorver tamanha gama de informações, cultura, história, visualizações... Teríamos que ficar meses num itinerário desses estudando e admirando.


Castelo de Sasamón - Hoje, restaurado, um hotel.



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- Ponte secular de Villasandino - 

Cidade com menos de 300 habitantes e muita história. 

Suas origens datam do séc. IX (ano 800)

(chama-se "românico",  o austero estilo; diferente de "construção romana")

Esta ponte é, originalmente, uma construção romana. A igreja ao fundo, é em estilo românico apesar da cúpula mais elaborada.

     Ainda estou em imensas e cultivadas planícies de um verde muito vivo e intenso. Esta foi um dos motivos da minha opção pela primavera para vir aqui, apesar de ser uma época de chuvas a qual pouco atrapalhou... só ELE, o vento! 



A necessidade constante do uso do “corta vento” por cima da roupa e, às vezes, o uso da capa de chuva (aquelas chinesas das lojas de R$1,99), aumentavam enormemente o arraste do vento. Somente em poucas horas dos últimos dias é que pude desfilar uma das minhas lindas camisas de ciclismo, exposta finalmente. As outras só foram passear.
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    Uma das coisas de extremo valor numa viagem no exterior, é o contato com pessoas de outros países. É muito gratificante pela absorção que temos de um pouco de outras culturas e quebra de paradigmas. 

    Num determinado trecho desta aventura, tive o prazer de pedalar alguns quilômetros com um chines e um suíço. Pessoas amabilíssimas e que, não fosse o ritmo e interesses  diferentes de cada um, teríamos permanecidos juntos por mais tempo. Saudades dos efêmeros mas marcantes amigos.

Um Chinês, um Brasileiro um Suíço e... Conversamos!!!

(Coisas do "Caminho")
( impressionante a falta de frio do Qin )
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    Chegada em Carrión de los Condes com 98.4 km no odômetro hoje.

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    Saída de Carrión de los Condes em 12 de maio de 2016 com... 7 graus de temperatura! Hoje, além do vento e da temperatura, Chuviscos e chuva de verdade! Porém, este foi o único dia de chuva intensa  durante o dia na viagem. Durante o dia, temperaturas entre 10 e 13 graus.

    Ao chegar no destino, em Mansilla de las Mulas, no simpático e acolhedor albergue do Convento de Irmãs religiosas, vi, com alegria, que os dois pneus estavam murchando.



Mansilla de las Mulas, 

 escultura de modernos peregrinos.



Muralhas de Mansilla de las Mulas

 Antigo e secular portal de Mansilla



     Rodados hoje, 98,7 km e dois pneus para consertar
    
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     Saída de Mansilla de las Mulas em 13 de maio de 2016  com 7 graus de temperatura.
     Uma grande atração deste percurso foi León e sua grande Catedral.





A Catedral !
 Ostentação? Penso que não. Penso em homenagens e agradecimentos à Ele.




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Muralhas de León


 

Ponte sobre o rio Bernesga (vários arcos) - León -




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    Mais uma realização na viagem! -------- Estar no exato local de Justas Medievais que, apesar de absurdas, sempre me fascinaram pelo seu lado romântico.



-Hospital de Órbigo-

"a ponte do passo honroso"

Há aqui um episódio histórico em que o cavaleiro Don Suero, no ano de 1434, para render homenagens à sua dama, Leonor, desafiava a todos os cavaleiros que necessitavam passar por essa ponte, a "quebrar lanças" em justas. 
Aquele que não aceitasse, teria que atravessar o rio pelo seu leito e ser taxado de covarde.
Somente peregrinos com atestado do clero tinham livre passagem.

Correu a fama e passaram a vir desafiantes da França, Alemanha, Portugal e Espanha.  Mais de 60 cavaleiros duelaram em 727 combates e 166 lanças foram quebradas em 30 dias... Coisa de Loco!

Atualmente, no mês de junho, são encenadas neste local estas competições usando-se roupas, armas, armaduras, arreios em cavalos, costumes... da época, mantendo-se assim viva a história porém sem os perigos inerentes da época.




 Passei pela ponte e não precisei quebrar lanças...



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Chegada em Astorga, outra surpresa do "Caminho" por sua condição de “Monumental”, visto a imponência de suas construções antigas.








     Pedalados hoje, 76,9 km. 

    Rodados até aqui, entre caminhos certos e errados além de desvios de percursos para visitas interessantes, 612 km.


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      Dia 14 de maio de 2016. Dia cheio!

    Montanhas a vencer,


Modernas auto pistas proibidas para bikes






 o núcleo Rabanal del Camino, a Cruz de Ferro, a fantástica Ponferrada e seu Castelo Templário, Molina Seca, Cacabelos com seus infindáveis vinhedos, a pouca manifestação do vento por conta das inúmeras curvas deste itinerário de montanhas...

    






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Seguindo viagem...








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Molina Seca


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PONFERRADA







QUE TELHADO ! ! !








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Cacabelos


Na Espanha, pede-se uma refeição normal e tradicional que se chama de "Menu" (claro que existem outras opções ou mais ou então menos  elaboradas e com diferentes preços ).

No "menu" se escolhe entre quatro tipos diferentes de refeição para o primeiro prato, entre quatro tipos de refeição diferentes para o segundo prato e escolhe-se entre quatro tipos diferentes de sobremesa; além de pão.

Para beber tem-se a "difícil" decisão de escolher ente a água e o vinho.

Na maioria das vezes, sendo a opção a do vinho, abrem uma garrafa inteira e põe à sua mesa. Se sobrar, pode levar pra casa.

Preço: 10 a 12 euros. (baratíssimo pra quem ganha em dólar ou euros)

Achei delicioso o tempero da comida espanhola

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Existe também a opção de comer o "bocadillo". Um enorme pão (meio baguete)  fartamente recheado com ingredientes à sua escolha (É um almoço! Ou um jantar!)

Preço: 2,5 a 3,5 euros. Porém, agora tem-se que pagar  a taça de vinho: 1 euro.

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-Villafranca del Bierzo-

Outra monumental Cidade!
(em cada "esquina" do "Caminho", uma surpresa!)








Chegada em Villafranca de Bierzo e pernoite.

    
    Odômetro marcando hoje, 84,3 km.


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        Dia 15 de maio de 2016.

    Ao pegar a bicicleta hoje pela manhã em Villafranca de Bierzo, pneu murcho pela terceira vez!
    
    Montanhas!




  Passagem por mais um mítico sítio,  O Cebreiro, vilarejo com suas construções totalmente em pedras  e sua Igrejinha acolhendo relíquias de um secular milagre ocorrido aqui.





 Pra quem gosta de pedalar na subida, é um repleto prato!



    Adiante, “morro abaixo”, visitei o monastério de Samos, com sua história remontando do século  VI (ano 500!), cuidada por monges beneditinos que vivem por aqui por mais de 1.500 anos!!!




 Falou-nos este irmão, que eles são em apenas 8 (oito) religiosos a cuidar de todo o Monastério: Rezar missas, confessar, guiar turistas, fazer faxina, cozinhar, lavar e passar, jardinagem...






    Continuaram os sobe e desce das montanhas com profundos vales à minha direita.


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Portomarín




Aqui, na Galícia, predomina a língua galega, muito semelhante ao português.





    Chegada a Portomarin com 108,5 kms rodados hoje.


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    Dia 16 de maio de 2016.  -----   Grande Dia !

    Saída de Portomarim com passagem, entre outras pequenas surpresas, por Palas de Rei e Salceda.  Sempre me detendo durante cada  dia de viagem, nos lugares que me chamavam à atenção ou, de alguma forma,  eram sugeridos.

   Após sair no dia 07 de maio da agora longínqua cidade francesa de Saint Jean Pied de Port, cheguei em 
16 de maio de 2016 à Santiago de Compostela, na Espanha, às 13:03 hrs na Praça do Obradoiro. 





    Cheguei à sede do terceiro maior ponto de peregrinação cristã do Mundo depois de Roma e Jerusalém, SANTIAGO DE COMPOSTELA.

    

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a "COMPOSTELA" objeto de desejo de todo andarilho. 

Escrita em latim, inclusive meu segundo nome (Marius).

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 o "CERTIFICADO DO PERCURSO FEITO"


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a "surrada" comprovação do percurso

   a "CREDENCIAL DEL PEREGRINO"  









    Foram até aqui rodados de bike 902 km nestes 10 dias.

    Hoje foram consumidos de estrada, 96,9 km.



    Na cidade de Santiago de Compostela fiquei  uma semana pois havia muita coisa para  ver além de eu ter adiantado a viagem mais do que o previsto. 

   Eu dispunha de tempo extra para Santiago de Compostela e para Pamplona. Para esta última, eu ainda retornaria (pela terceira vez) nesta viagem pois meu voo de volta para o Brasil sairia de lá.



Imagem de Santiago no Altar Mor da Catedral. 

Há uma escada por trás do referido altar com acesso à Imagem do Santo. Forma-se grandes filas de pessoas para poder abraçar a Imagem. - Tradição -(observe dois braços com roupa verde abraçando o filho de Zebedeu)



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Aqui é necessário descer sob o Altar Mor para visitar a urna funerária do Apóstolo.




Magnífico!  o órgão da Catedral.




São necessárias cerca de sete pessoas para fazer o incensário (botafumeiro) fazer seu espetacular percurso pelos dois braços das naves transversais da Catedral, quase tocando o teto.

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                                                                                                                               (foto da WEB)
    

A "missa dos peregrinos" é rezada às 12:00 hrs diariamente e durante a mesma, são citados os  vários locais de onde saíram peregrinos para chegar à Compostela e seus respectivos  Países . Como cheguei às 13:03 hrs, minha missa foi no dia seguinte. 

- O Brasil foi citado tendo o seu representante (euzinho) saído de St. Jean Pied de Port, na França. 

Lembrar que é válido também percorrer o "Caminho" partindo de outros pontos; mas sempre com o final em Santiago de Compostela.

                                                                                                                                        (foto da WEB)


A Missa, ---- o Celebrante dando as boas vindas à CATEDRAL DE SANTIAGO DE COMPOSTELA (nesse momento eu não acreditei que realmente estava lá), ------ depois o BOTAFUMEIRO percorrendo seu enorme traçado dentro da Igreja, ------ o ÓRGÃO tocando à "todo vapor", ---------- a lindíssima voz da irmã religiosa cantando... (estou escrevendo isso, relembrando e chorando novamente.)



                                                                                                                                                           (foto da  WEB)


(A irmã religiosa que cantava durante a celebração, ganhou depois um beijo e uma bandeirinha do Brasil de um certo brasileiro)


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Determinado pelo Papa Francisco como sendo este o "Ano da Misericórdia", todas as igrejas Católicas do Mundo, excepcionalmente este ano, abriram as suas costumeiramente fechadas "Porta Santa"  ------- Eu, possuidor de ilibada e exemplar pureza e conduta, não precisaria passar por tal acesso para expurgar possíveis pequenos desvios mas, por garantia, adentrei à Catedral por ela... várias vezes!


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Uma das abas da "Porta Santa" em alto relevo de bronze mostrando a decapitação de Santiago Maior.






Praça do Obradoiro - a Catedral fica de frente para ela.









    Secretamente, eu tinha uma intenção, um plano... Porém eu não queria divulgar por não saber em que “estado” físico e/ou mental eu chegaria (se chegasse), à Santiago 
    
     Esta “INTENÇÃO” era ir até o fim da Terra!


    Para os povos antigos, pela orientação dos Astros Celestes, sabiam que o promontório de granito que avança para o Atlântico localizado na Gália, era o ponto mais a Oeste que se poderia chegar... depois disso, só mar e que acabava numa parede vertical.

    Tal lugar então ficou conhecido como “FIM DA TERRA”, Fisterre em galego e Finisterre para o restante do Mundo.

  
                                                                                                                         (cartão postal)

     Desde os planos ainda no Brasil, Finisterre era minha secreta meta final.

   Então, no dia 23 de maio de 2016 às 6:02 hrs, de café tomado e com menos de 7 graus de temperatura, estava eu à caminho de Finisterre fazendo antes um imprevisto desvio para conhecer também a imperdível Muxia.





Hórreos





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    Cheguei a Muxia com 81,3 km rodados até aqui desde Santiago e já com 1.015 km desde o início da empreitada.







(foto da WEB)

Em 25 de dezembro de 2013, um raio meteorológico incendiou a Igreja de N.S. de la Barca, hoje já restaurada.





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A "Muxiana"
 é conferida àqueles que fizeram o percurso até Muxia dentro das exigências impostas.




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De Muxia à Finisterre


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   CHEGUEI A FINISTERRE  ! ! !      - Fim da Terra - Fim do Caminho de Santiago - Fim da minha missão (que pena...)




"O Farol do Fim do Mundo"



 Finisterre passou a ser, à séculos, para boa parte de peregrinos, a meta final do Caminho.

    Atualmente há um costume por parte de muitas pessoas, de queimar alguma roupa usada durante o “Camino” com a função figurativa de se livrar de um passado  não muito bem satisfatório e começar uma vida nova...



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A "Fisterrana"

É conferida àqueles que chegam em Finisterra (ou, em galego, Fisterra) à pé, de bicicleta ou à cavalo vindos de Santiago de Compostela.

(Note a grande semelhança da língua galega com a portuguesa)

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A água do mar aqui é muito limpa.



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Em novembro de 2002, a 50 km de Finisterre, deu-se o naufrágio do navio petroleiro "Prestige", ocorrendo o vazamento de toneladas de óleo para o mar.
                                                                                                          (foto da WEB)

Voluntários de todo o mundo se mobilizaram para o auxílio na limpeza da costa da galícia.


    (foto da WEB)
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Muitos foram os naufrágios nesta região de procelas portentosas.

OBSERVE, NESTA PLACA, A SEMELHANÇA DA LÍNGUA GALEGA COM A PORTUGUESA

   

      Esta região é conhecida como “A Costa da Morte”, devido às histórias de naufrágios aqui.

      Sendo uma região pesqueira, os pratos de frutos do mar são aqui referência nacional, visto a Galícia, por sí só, já ser famosa pelo seu “pulpo” (polvo) e outros derivados da vida marinha.

    Pedalados hoje, 132 Km ------- No total desde o início da “labuta” até aqui nestes 11 dias de viagens, foram 1.059 km.


     
     De volta a Compostela,








 aqui fiquei alguns dias até a data de pegar um trem e, com cerca de 8 horas de viagem, chegar, pela terceira vez em um mês à Pamplona, onde eu ficaria por 3 dias até a data da minha volta ao Brasil.








     
Em 28 de maio de 2016,  Pamplona ou, Iruña em Basco.







Muralha de Pamplona

"Porta da França" - Uma das entradas da antiga cidade medieval.









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Igreja de San Saturnino ou San Cernin, considerado o primeiro evangelizador de Pamplona, nos anos de 200 (séc. III)Esta igreja remonta do séc. XIII







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Em muitas cidades da Europa,

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O fortíssimo ciclismo de competição de estrada na Espanha.



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- PAMPLONA -
Originalmente, a "Ciudadela" era uma fortificação pentagonal sacrificando-se duas de suas pontas e três baluartes em pró do avanço da cidade moderna da atual Pamplona. Mesmo assim, mantem-se muito bem conservada atualmente.

Tem suas origens no ano de 1571 e foi sendo, ao longo dos anos, aumentada e incrementada com novos baluartes em suas pontas e muralhas reforçadas em função do maior poder das armas de ataque inimigas que foram surgindo. 

    Também servia de defesa de governantes contra o próprio povo pamplonês, haja visto que duas das pontas do pentágono era direcionada para a cidade de Pamplona para maior poder de fogo.

A "Ciudadela" foi construída dentro das muralhas de Pamplona !

Nunca foi tomada por força de armas inimigas; somente uma vez, por astúcia do exército francês de napoleão Bonaparte é que foi invadida.

Durante a "recente" Guerra Civil Espanhola, em 1936 cerca de 300 pessoas foram fuziladas no seu interior.





O invasor tinha que vencer várias barreiras de defesa.



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Pamplona


A guerra civil de 1936 (Marcas de tiros)




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A CATEDRAL DE PAMPLONA

Nos séculos anteriores não se valorizava antigas construções. Derrubavam-se Igrejas, fortalezas, castelos, muralhas, palácios... Total ou parcialmente.

Não se vê nunca uma edificação razoavelmente preservada que seja integralmente do século XI, por exemplo.
Em construções antigas, ou foram reaproveitadas as fundações, ou naves de uma igreja, ou um aposento inteiro, ou uma fachada porém, sempre há emendas misturando-se vários estilos de acordo com a moda da época (românico, gótico, barroco...) em às vezes 800 anos de existência, reconstruções e reformas.

Este é também o caso da Catedral de Pamplona.
Quem vê apenas sua fachada neoclássica do ano de 1799 após ter sido demolida a anterior, não vê a maravilhosa parte gótico francês do seu interior. E isso acontece com diversas partes do complexo da igreja, tendo inclusive construções do século XI  e outros que fazem parte da sua edificação total. 

Atualmente trabalham nos subsolos desta Catedral, arqueólogos. 
Quando se faz visitas no subsolo da igreja, ouve-se as ferramentas raspando e pincelando as sucessivas camadas de terra e pedras. Continua se encontrando peças que vão incrementado a história de Pamplona.






















O Rei Carlos III e sua esposa Leonor sepultados na Nave Central da Catedral    










Nave Central - Vê-se os túmulos dos Reis.


Um "pequeno" refeitório.



Uma "pequena" cozinha 




O Campanário




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Como estamos na Espanha, nada mais natural que encerrarmos esta apresentação com... Touros!

- ENCIERRO -

O Encierro ocorre na Festa de San Fermin, que anualmente, do dia 7 ao dia 14 de junho em Pamplona, é celebrado.


  Em cada um destes dias, soltam-se diariamente às 8:00 hrs, seis touros de um curral por ruas isoladas do público e, à frente (de início, pois os touros são mais velozes) saem correndo e fugindo, os participantes voluntários num percurso de 280 metros até a Plaza de Toros.



Monumento ao Encierro - Pamplona. 

(em bronze, tamanho natural)











Ao passar a porta vermelha, termina, dentro da arena, o "Encierro" do dia.



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Fotos de "festas" anteriores.





                                                                                                                              (foto da WEB)  
   

                                                                                                                                       (foto da WEB)



                                                                                                                                    (foto da WEB)
Aqui, já é dentro da arena. 

Devido a grande quantidade de participantes, no início da corrida alguns já saem bem a frente dos touros chegando ao final, na arena, juntos com os animais.


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    Os touros soltos quando estão em manadas, como é o caso do Encierro, normalmente não atacam pessoas, tentam permanecer juntos, contaram-me... O que não pode acontecer, é estar sozinho com um touro num espaço aberto qualquer.

    O grande perigo e emoção do Encierro, é que os touros são mais velozes (chegam a 40 km/h) do que os participantes  e estes, no desespero, se agarram uns aos outros, se batem, tropeçam, se atropelam, caem... e assim podem ser "carinhosamente massageados" pelos "bichinhos" que podem pesar cerca de 1.000 quilos.


-Plaza de toros de Pamplona-


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Agradeço seu carinho e atenção.